Good bye, my almost lover.


O molho do macarrão sujou o pijama. Ela acordara às seis e cinco da manhã de uma quarta-feira pós-feriado, e não fez nada a não ser vomitar. Vomitou, vomitou e vomitou até sentir fome. Isso já devia ser umas nove da manhã. Daí ela dormiu. Dormiu, dormiu e dormiu, até o relógio dar dez e meia. Ela ligou a TV, respirou fundo, pôs um chiclete na boca e foi ver a programação. Estava passando um filme num canal Cult. O filme, era de um de seus livros prediletos. Factótum (charles bukowski) conta a história de Chinaski. Um cara totalmente fodido, bêbado, fumante, que não parava em emprego algum e só queria saber de trepar. Ela gostava dele, sabe? Ela. Ou melhor, eu. Vamos começar a falar em primeira pessoa, pois falar de mim como se fosse outra é uma merda.
Eu assisti o filme, que por sinal era uma bosta. O livro era melhor. Mas a trilha-sonora era muito boa. Levantei, fiz macarrão com molho e comecei a comer. O molho sujou meu pijama de frio cor azul claro. E eu fiquei muito puta, mas depois eu não me importei. Continuei comendo.
Sentei na frente do meu computador, morri de ânsia, engoli o vômito e cá estou eu. Uma pobre moribunda prestes a vomitar a qualquer momento. Talvez Henry Chinaski não seja tão diferente de mim.

H. Nichole.

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